VOO LIVRE
Se derreter com o vento,
Espalhar-se como a fumaça.
Esmigalhar-se nano mente.
Ser cada canto, cantar os espaços.
Docemente lembrar seus abraços.
Ser a brasa do teu cheiro.
A vidraça do teu medo, meu embaraço.
Hoje a vida passa por mim.
Gastei os vícios! Comprei ilusões.
Aprisionados corações, egos e punhais.
Não falham, são marcas profundas.
Viver sem graça!
Cantar e tocar a congelar o tempo,
Que sempre passa.
É melhor dormir! Amanhã também.
Amar, espelho inútil, vidro que amassa.
Insano e zen.
O que faço com isso?
Um troféu do bem!
Guardo até passar a dor?
Não posso sugerir, não sei a que serve o amor
Talvez eu não sirva,
Sou a rocha dura, onde nasce a flor.
Carlos Tampa.
